Mulheres obesas têm menos chances de engravidar

30 de março de 2009


A obesidade já é vista por médicos e profissionais da área da saúde como uma epidemia mundial. O excesso de peso tem impacto considerável em diversos setores da saúde, inclusive na fertilidade. O potencial reprodutivo pode ser reduzido por diversos fatores, entre eles a obesidade.

A obesidade tem efeito prejudicial na qualidade dos óvulos, reduz as taxas de fertilização e implantação e aumenta as chances de aborto. Esta foi a constatação de estudo realizado pelo Fertility – Centro de Fertilização Assistida, que investigou a influência de hábitos alimentares nos resultados clínicos de ciclos de reprodução humana assistida.
O objetivo do estudo foi avaliar a relação do índice de massa corpórea (IMC) em técnicas de reprodução assistida, mais precisamente em desfechos clínicos de ciclos de injeção intracitoplasmática de espermatozóides (ICSI).

Foram avaliadas a influência do IMC, alimentação e prática de atividade física nas taxas de fertilização, a implantação e gestação em 489 pacientes que realizaram ciclos de ICSI. Todas elas foram submetidas a um bloqueio hipofisário, seguido de estímulo ovariano controlado e de punção folicular.

Os grupos foram classificados de acordo com o IMC: normal (IMC entre 19,0-24,9 kg/m2, n = 313) e sobrepeso-obesidade (IMC ≥ 25 kg/m2, n = 99). Também foi estabelecida uma associação entre IMC e idade materna.

No grupo com IMC maior, a taxa de fertilização foi menor e as chances de aborto aumentaram em quase duas vezes. Quando as pacientes foram avaliadas conforme a idade, detectou-se uma queda significativa tanto na taxa de fertilização quanto nos resultados de implantação do embrião no útero das mulheres com mais de 35 anos. O estudo também apontou que as pacientes consumidoras de refrigerante à base de cola, mesmo com idade até 35 anos, têm duas vezes menos chance de engravidar.

Já com relação à atividade física, o médico Assumpto Iaconelli Júnior, um dos coordenadores do estudo, destaca a influência positiva dos exercícios para o tratamento de infertilidade.

“Registramos um crescimento nas taxas de implantação dos embriões e nas chances de gestação, além de redução do risco de aborto nas pacientes que praticavam alguma atividade física.”


Autor(a): Chico Damasco

Referência(s)

Abeso – Associação Brasielira para o Estudo da Obesidade. Excesso de Peso Pode Comprometer Fertilidade. Disponível em http://www.abeso.org.br/reportagens/excesso_peso_pode_comprometer_fertilidade.htm. Acessada em 18/03/2009.

Moura MD, Carneiro MM, Reis RM. Análise crítica da injeçäo intracitoplasmática de espermatozóides (ICSI).
Reprod. clim. 1998;13(4):209-13.

Equilíbrio na alimentação é boa estratégia para a perda de peso


Estudo recente concluiu que as dietas que enfatizam um aumento no consumo de gorduras, proteínas ou carboidratos podem ter sucesso na perda de peso e efeitos benéficos na redução dos fatores de risco para doenças cardiovasculares e diabetes. Quando estas dietas são adaptadas com base nos costumes e preferências de cada indivíduo, as chances de sucesso em longo prazo aumentam.

Existe um intenso debate na literatura sobre qual a dieta mais eficiente para o tratamento do sobrepeso. Pensando nisso, os autores deste estudo selecionaram indivíduos obesos e com sobrepeso (índices de massa corporal de 25 a 40 Kg/m2), com idades entre 30 e 70 anos e os dividiram aleatoriamente em quatro grupos, de acordo com a dieta que seguiriam durante dois anos:
Baixa em gordura (20%), média em proteína (15%) e normal em carboidratos (65%);
Baixa em gordura (20%), alta em proteína (25%) e normal em carboidratos (55%);
Alta em gordura (40%), média em proteína (15%) e baixa em carboidratos (45%);
Alta em gordura (40%), alta em proteína (25%) e baixa em carboidratos (35%);

Uma preocupação foi constituir todas as dietas com 8% ou menos de gordura saturada, mínimo de 20 g de fibras alimentares por dia e 150 mg ou menos de colesterol para cada 1000 Kcal ofertadas. A prescrição calórica de cada participante representava um déficit de 750 Kcal por dia do valor energético total.

Os alimentos que foram recomendados para todas as dietas eram similares e os participantes foram instruídos a relatar diariamente seu consumo alimentar em um diário virtual, assim como sua atividade física (que deveria ser de 90 minutos de exercícios moderados por semana). Além disso, também deveriam comparecer periodicamente a reuniões em grupo e individuais, durante os dois anos, para a promoção da aderência às dietas.

O peso corporal, circunferência da cintura, urina de 24 horas, pressão sanguínea, lipídios séricos, glicose, insulina e hemoglobinas glicadas foram medidos antes e durante os dois anos de estudo.

Foram excluídos do programa indivíduos diabéticos, com doenças cardiovasculares instáveis, que faziam uso de medicamentos que interferissem no peso corporal.

Sendo assim, foram selecionados 811 participantes, dos quais apenas 645 (80%) seguiram o programa até o fim. Os resultados de todos os indivíduos foram comparados e tiveram significância estatística aqueles com p > 0,05. A perda de peso após dois anos foi similar entre os grupos que seguiram a dieta com 25% e 15% de proteína (4,5 e 3,6 Kg, respectivamente; p = 0,11) e entre os grupos que consumiram 40% e 20% de gordura (3,9 e 4,1 Kg, respectivamente; p = 0,76). A quantidade de carboidratos da dieta não interferiu na perda de peso.

A maior perda de peso ocorreu durante os primeiros seis meses de dieta (comparando todos os tipos de dieta). Após 12 meses, houve reganho de peso em todos os grupos e somente 23% dos participantes continuaram perdendo peso até completarem dois anos de dieta. Esta diminuição da aderência à dieta após os primeiros meses é comum, segundo outros estudos. A diminuição da circunferência da cintura foi em média 5,75 cm, não havendo diferença significativa entre os grupos.

No segundo ano, em média 34% dos participantes tinham perdido 5% do seu peso corporal inicial; 14,5% perderam 10% do peso; e 3% dos participantes perderam 20 Kg ou mais (p > 0,20, ou seja, sem diferença significativa entre os grupos). “A principal descoberta deste estudo foi que todas as dietas tiveram sucesso na promoção da perda de peso”, dizem os autores.

Todas as dietas reduziram os riscos para doenças cardiovasculares. Porém, as dietas baixas em gordura e as com maiores teores de carboidratos foram as que mais diminuíram o LDL-c (colesterol de baixa densidade). Já a dieta com o menor teor de carboidrato foi a que mais aumentou os níveis de HDL-c (colesterol de alta densidade), provavelmente por estar acompanhada de alto consumo de proteínas e gorduras. Todas as dietas proporcionaram uma diminuição dos triglicerídeos em 12% a 17% e, com exceção da dieta com maior concentração de carboidratos, todas as dietas diminuíram a insulina plasmática de jejum em 6% a 12% (a diminuição foi maior no grupo da dieta com alta proteína). A pressão sanguínea dos participantes diminuiu de 1 a 2 mmHg, sem diferença entre os grupos (p > 0,59). Houve maior diminuição na excreção de nitrogênio urinário no grupo que seguiu a dieta média em proteína, comparado à dieta alta em proteína.

“Ainda não se sabe qual a melhor dieta para a perda de peso, uma vez que os estudos nessa área trazem resultados divergentes. Porém, acreditamos que os fatores comportamentais exercem grande influência na perda de peso e que qualquer tipo de dieta, se realizada com entusiasmo e persistência, pode ser eficiente”, concluem os autores.


Autor(a): Iara Waitzberg Lewinski

Referência(s)
Sacks FM, et al. Comparison of weight-loss diets with different compositions of fat, protein, and carbohydrates. N Engl J Med. 2009;360(9):859-73.

Retirado de: NUTRITOTAL. Disponível em: http://www.nutritotal.com.br/notas_noticias/index.php?acao=bu&id=382

CINE NUT

29 de março de 2009


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Jornada de Nutrição da UNEB

26 de março de 2009

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Gordura atrai gordura

16 de março de 2009

Revista Pesquisa FAPESP – Quem aprecia uma picanha malpassada e principalmente a camada branca de gordura que a envolve talvez se inquiete. Um tipo de gordura – os ácidos graxos saturados de cadeia longa, encontrados principalmente em carnes vermelhas – pode ser uma das causas da obesidade.

De acordo com experimentos realizados em camundongos, essas moléculas acionam uma inflamação no hipotálamo, na base do cérebro, que leva à destruição dos neurônios que controlam o apetite e a queima de calorias.

“Talvez tenhamos encontrado uma explicação para a dificuldade de as pessoas obesas controlarem a fome e perderem peso, mesmo que adotem dietas severas para emagrecer”, diz Lício Velloso, pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que coordenou esse estudo, publicado em janeiro no Journal of Neuroscience.

Os estudos anteriores da equipe de Velloso e de outros grupos já haviam mostrado que a obesidade era uma doença que começava no cérebro ou nos músculos, induzida por dietas com excesso de açúcares ou de gorduras. Esse excesso gerava resistência ao hormônio insulina, que carrega a glicose para as células, onde é transformada em energia, e induz ao consumo contínuo de alimentos.

Testes com animais já haviam mostrado que dietas ricas em gordura em geral danificavam o hipotálamo mais intensamente que as ricas em açúcares. Para ver qual tipo de gordura era mais danoso, os pesquisadores da Unicamp injetaram diferentes tipos de ácidos graxos de origem animal ou vegetal no hipotálamo de camundongos.

Os encontrados no óleo de soja mostraram um efeito tênue sobre o cérebro, enquanto os encontrados em gorduras animais e em proporção menor no óleo de amendoim apresentaram ação mais danosa.

Por Carlos Fioravanti

Retirado de: Agência FAPESP. Disponível em: <http://www.agencia.fapesp.br/materia/10132/noticias/gordura-atrai-gordura.htm>.

Quais as consequências da baixa ingestão de potássio?

O potássio (K) é reconhecido por ser o maior cátion presente no meio intracelular. Concentrações séricas normais desse mineral vão de 3,5 a 5,0 mEq/L e valores abaixo de 3,5 mEq/L caracterizam a hipocalemia, ou uma deficiência grave de K.

O K participa da excitabilidade neuromuscular e da contratilidade muscular. Assim, as consequências da hipocalemia são: arritmias cardíacas, fraquezas musculares e intolerância à glicose. Este último sintoma acontece porque, neste estado, o pâncreas fica com a sua capacidade de secretar insulina reduzida, portanto, instala-se um quadro reversível de intolerância à glicose. Porém, não é preciso uma deficiência grave de K para se observar outros sintomas adversos. A ingestão inadequada desse micronutriente pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, principalmente de infarto.

Em alimentos naturais, como frutas e vegetais, o potássio encontra-se conjugado a alguns ânions, como o citrato. No organismo, o citrato é convertido em bicarbonato, um eficiente tampão contra a acidez gerada pela própria dieta. Sendo assim, o K pode ser considerado um precursor do bicarbonato. Na falta dos precursores do bicarbonato, outros tampões vindos dos ossos executam a função de neutralização. Porém, neste processo, ocorre uma desmineralização óssea.

A hipocalemia pode ser corrigida por via oral, com a ingestão de xaropes, comprimidos ou K efervescente; ou por via endovenosa, sendo usualmente utilizada a quantidade de 60 mEq/L de potássio em velocidades que não ultrapassem 40 mEq/hora, a não ser em casos muito graves.

Iara Waitzberg Lewinski

Bibliografia (s)

Dietary Reference Intakes for Water, Potassium, Sodium, Chloride, and Sulfate. Disponível em: http://fnic.nal.usda.gov/nal_display/index.php?info_center=4&tax_level=4&tax_subject=256&topic_id=1342&level3_id=5141&level4_id=10592. Acessado em: 05/03/2009.

Évora PRB, et al. Distúrbios do equilíbrio hidroeletrolítico e do equilíbrio ácido-básico. Uma revisão prática. Medicina Ribeirão Preto. 1999;32:451-69. Disponível em:http://www.fmrp.usp.br/revista/1999/vol32n4/disturbios_equilibrio_hidroeletrolitico.pdf. Acessado em: 05/03/2009.


Retirado de: NUTRITOTAL. Disponível em: <http://www.nutritotal.com.br/perguntas/?acao=bu&categoria=1&id=504>

Simpósio Nutrição e Câncer do HAM


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Palestra: “Imunologia dos ácidos graxos ômega-3, o que todo clínico deve saber”

11 de março de 2009

- Palestra: “Imunologia dos ácidos graxos ômega-3, o que todo clínico deve saber”
- Palestrante: Professor Dan L. Waitzberg
- Público Alvo: Concluintes da graduação de Nutrição, Nutricionistas, Médicos, Enfermeiros, Farmacêuticos clínicos e outros Profissionais da área de saúde interessados em terapia nutricional.
- Data: 17/03/2009
- Horário: 14:30 h
- Local: Sala C do Hospital Universitário Prof. Edgard Santos (HUPES).
- Objetivo: Divulgação do Curso de Especialização de Nutrição Clínica GANEP/HUPES.

XIII Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome Metabólica

3 de março de 2009

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