Gordura trans e amamentação não combinam

11 de agosto de 2008



A síndrome metabólica é um conjunto de anormalidades que compreende a coexistência variável de obesidade, hipertensão arterial, aumento da quantidade de insulina na corrente sanguínea e elevação das taxas de triglicérides, levando ao aparecimento de doenças cardiovasculares e aumentando o risco de morte em até 2,5 vezes. Esta síndrome chega a ocorrer em mais de 40% dos adultos com mais de 60 anos e não é desprezível o acometimento de adultos entre 20 e 49 anos.

A obesidade é uma doença de difícil controle, cuja prevalência aumenta a cada ano em todo o mundo. No Brasil, a obesidade infantil também é motivo de preocupação de médicos e nutricionistas. Isso porque, nos últimos 20 anos, os índices de obesidade cresceram mais de 240%. Só no Brasil, cerca de 10% das crianças são consideradas obesas.

Uma boa notícia foi a descoberta de que a obesidade infantil pode ser evitada já na amamentação. Esse foi o resultado da tese de doutorado da nutricionista Patrícia Dias de Brito, do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec) da Fiocruz, agraciada como o melhor trabalho experimental no formato pôster durante o Ganepão 2008 – III Congresso Brasileiro de Nutrição, realizado em São Paulo.

Segundo o estudo, mulheres devem ficar atentas à sua alimentação, evitando o consumo de alimentos ricos em gordura trans, especialmente durante a amamentação. Isso porque, durante a observação de ratos filhotes amamentados por mães que ingeriram grande quantidade de gordura trans, notou-se que os mesmos apresentaram maior percentual de gordura quando adultos, bem como maiores taxas de triglicerídeo e menores de HDL (colesterol bom).

As gorduras trans

As gorduras trans são formadas por meio de um processo de hidrogenação natural ou industrial e estão presentes principalmente nos alimentos industrializados e em alimentos de origem animal. As gorduras trans de origem industrial, provenientes da transformação de óleos vegetais líquidos em gordura sólida quando em temperatura ambiente, são utilizadas para melhorar a consistência dos alimentos e aumentar a vida de prateleira.

Este tipo de gordura é reconhecido fator de risco para problemas cardiovasculares. Além de afetar os níveis de colesterol, a gordura trans altera a parede dos vasos sanguíneos das artérias, sendo altamente aterogênicas. Além de todos estes riscos, a gordura trans não traz nenhum benefício, portanto, o ideal é que não seja consumida.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o limite diário de gordura trans sugerido para crianças é de 1 g ao dia, e para o adulto 2 g ao dia.

O estudo

Com título Dieta hiperlipídica rica em ácidos graxos trans na lactação altera a fisiologia materna e programa a composição corporal, a trigliceridemia e o perfil hormonal de ratos adultos, a tese foi elaborada após a observação de ratos, durante seis meses, amamentados por ratas alimentadas com uma ração rica em ácidos graxos trans. De acordo com a autora, as ratas que ingeriram a ração com gordura trans, embora apresentassem menor peso corporal, apresentaram maior percentual de gordura e crescimento de níveis de triglicerídeo e colesterol séricos, quando comparadas às mães que receberam dieta balanceada.

Com relação aos filhotes, os que foram amamentados por mães que ingeriram altos teores de gordura trans, mesmo seguindo uma alimentação balanceada após o desmame, apresentaram percentual maior de gordura corporal, aumento de triglicerídeo e redução do HDL-colesterol na vida adulta.

Segundo a nutricionista, esse fenômeno é denominado programação metabólica, ou seja, os ratos foram sendo programados pelas características do leite que recebiam à medida em que eram amamentados. Em uma fase em que ocorre o amadurecimento de funções orgânicas, o teor de ácidos graxos do leite deve ter sido armazenado no animal, ficando memorizadas pelo organismo.


Autor (a): Camila G. Marques





Referência(s)


Agência Fiocruz de Notícias. Mulheres que estão amamentando devem evitar gordura trans. Disponível em:http://www.fiocruz.br/ccs/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1950&sid=9&tpl=printerview. Acessado em 06.08.2008


Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Gordura Trans. Disponível em:http://www.anvisa.gov.br/alimentos/gordura_trans.pdf. Acessado em 07.08.2008


Idec constata quantidades excessivas de gordura trans em panetones. Disponível em: http://www.nutritotal.com.br/notas_noticias/?acao=bu&id=312. Acessado em 06.08.2008



Retirado de NUTRITOTAL: http://www.nutritotal.com.br/notas_noticias/index.php?acao=bu&id=348

Curso de Extensão - Aplicações Práticas Avançadas da Nutrição Funcional no Tratamento e Prevenção da Obesidade



No dia 23 de agosto de 2008, será realizado o Curso de Extensão - Aplicações Práticas Avançadas da Nutrição Funcional no Tratamento e Prevenção da Obesidade pela Valéria Paschoal Disivão Ensino e Pesquisa. O curso acontecerá no Portobello Ondina Praia Hotel (Av. Oceânica, 2275 - Ondina, Salvador/BA - Em frente ao Othon) das 8:00hs às 18:00hs.

O objetivo do curso é entender a complexidade da fisiopatologia da obesidade e aplicar a nutrição funcional para reestabelecer as funções orgânicas do paciente. Dar ferramentas para que o profissional nutricionista possa ter sucesso noprocesso de emagrecimento do seu paciente de forma que ele consiga a manutenção saudável do seu peso corporal.
A palestrante será Dra. Andréia Naves, nutricionista e educadora física Diplomada pelo The Institute for Funcional Medicine (USA) em 2007

Até o dia 20/08: Profissonal - R$ 130,00
Estudantes - R$ 100,00
Associados - R$ 90,00

No local: Profissional - R$150,00
Estudantes - R$ 130,00
Associados - R$ 120,00
O investimento inclui: crachá, pasta, bloco, caneta, coffee-break, certificado e disponibilização dos slides via e-mail.

Maiores informações: http://www.pvonline.com.br/

VI Bem Viver - Nutrição







Estudo atribui novos benefícios para a vitamina A

5 de agosto de 2008


A deficiência de vitamina A é considerada uma das mais importantes deficiências nutricionais do mundo subdesenvolvido.

A vitamina A atua nos processos de manutenção da imunocompetência, principalmente em relação aos linfócitos, de respostas mediadas pelas células T e de ativação de macrófagos.

Estudo publicado na edição de julho da revista Pediatrics revela uma nova propriedade da vitamina A. Segundo os pesquisadores da Escola Bloomberg de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, uma única dose oral da vitamina ministrada a um recém-nascido em país em desenvolvimento pode reduzir seu risco de morte em até 15%

Para chegar a esta conclusão, cerca de 16 mil recém-nascidos em comunidades rurais de Bangladesh receberam 50 mil UI (unidades internacionais) de vitamina A cerca de sete horas após o nascimento. Aos demais nascidos foi oferecido placebo.

A taxa de mortalidade nesta comunidade foi de 38,5/1000 nascidos vivos, onde apenas 10% dos nascimentos acontecem em hospitais e clínicas, fazendo da grande maioria dos partos domiciliares. O número foi 17% menor do que o registrado entre os bebês que receberam placebo, com taxa de 45,1/1000 nascidos vivos.

De acordo com o principal autor do estudo, dr. Rolf Klemm, o principal fator protetor oferecido pela vitamina A está em sua capacidade de reduzir a gravidade de infecções potencialmente fatais.

O estudo comprovou que esta intervenção de baixo custo pode reduzir também a mortalidade em recém-nascidos, e não apenas para os maiores de seis meses de idade, fato que já era conhecido.

Além de reduzir a gravidade de infecções e aumentar as chances de sobrevivência, a vitamina A possibilita a recuperação mais rápida da criança, afirma Letícia De Nardi Campos, nutricionista do Ganep Nutrição Humana e pesquisadora do Laboratório de Metabologia e Nutrição em Cirurgia (METANUTRI - LIM 35 - FMUSP).

Estudos promovidos pelo UNICEF, em 1980, indicaram que sinais clínicos de deficiência da vitamina A estão quase sempre acompanhados de manifestações de deficiência energético-protéica.

Segundo o Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A, do Ministério da Saúde, a carência desta vitamina é a principal causa de cegueira evitável no mundo, e está associada a 23% das mortes de crianças por diarréias.
Autor: Chico Damasco

 
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